Trump e Kamala podem terminar a eleição empatados? Veja cenários e saiba o que aconteceria



Existe uma pequena possibilidade de que os dois candidatos terminem a eleição com 269 delegados cada. Há 200 anos, disputa foi parar no Congresso após ninguém conquistar a maioria dos votos. Situação só aconteceu uma vez, em 1824. Donald Trump e Kamala Harris se encontram pela 1ª vez em debate presidencial da ABC News, em 10 de setembro de 2024
Alex Brandon/AP
A eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para o dia 5 de novembro, é decidida no Colégio Eleitoral. Isso significa que o candidato que conquistar 270 dos 538 delegados norte-americanos será eleito.
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No entanto, existe uma pequena possibilidade de que Kamala Harris e Donald Trump terminem empatados na disputa. Neste cenário, cada um conquistaria 269 delegados. Ou seja, nenhum teria a maioria.
É uma situação quase inédita: só aconteceu uma vez, em 1824, com quatro candidatos (Veja mais abaixo).
Antes de tudo, vale explicar como os candidatos à presidência conquistam os delegados. Cada um dos 50 estados norte-americanos possui um número específico de delegados. Enquanto a Califórnia tem 54, o Texas tem 40, por exemplo.
O voto popular, dos eleitores, norteia o voto dos delegados. O candidato mais votado em um estado pela população ganha todos os delegados daquela área, mesmo que vença por apenas um voto de diferença.
O número de delegados por estado é definido por alguns fatores, como o tamanho da população e o total de representantes no Congresso. Veja no mapa abaixo.

269 x 269
Pesquisas de opinião indicam que as eleições serão acirradas. Atualmente, os levantamentos apontam para uma vantagem numérica a favor de Kamala Harris. No entanto, ela está tecnicamente empatada dentro da margem de erro com Donald Trump.
Caso os resultados das pesquisas se confirmem, Trump teria 265 delegados, enquanto Kamala conquistaria 241. São necessários 270 para vencer.
Um empate aconteceria a partir de uma combinação de resultados. O mais provável teria de respeitar os seguintes critérios:
Donald Trump teria que vencer em todos os estados que já são de tradição republicana. Ou seja, não poderia acontecer nenhuma “zebra” em estados onde o resultado costuma favorecer a um dos dois partidos.
O segundo distrito de Nebraska, que é mais inclinado aos democratas e tem 1 delegado, teria que viver uma reviravolta e dar a vitória a Trump.
Kamala Harris teria que vencer em todos os outros estados que possuem tradição democrata.
Trump precisaria vencer nos estados-chave de Nevada, Arizona, Geórgia e Carolina do Norte — as pesquisas que em Nevada e está empatado com Kamala.
Kamala teria de vencer nos estados-chave de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.

O fator mais decisivo de toda essa conta está no segundo distrito de Nebraska, que tem apenas um delegado. Atualmente, as pesquisas indicam que Kamala tem uma vantagem de 10 pontos percentuais na área. Diante disso, a possibilidade de um empate é muito pequena.
E se acontecer?
Em caso de empate, seria acionada a 12ª Emenda da Constituição, e a eleição seria decidida pela Câmara. Neste cenário, cada estado teria direito a um voto, independentemente do tamanho.
A Câmara atualmente tem maioria republicana, mesmo partido de Trump. Só que quem votaria, nesse cenário de empate, seriam os novos deputados eleitos.
Ao fim, o candidato que tivesse a maioria dos votos na Câmara seria eleito. Enquanto isso, o Senado seria responsável por eleger o vice-presidente.
Como os Estados Unidos têm 50 estados, ainda haveria a possibilidade de um novo empate. Neste caso, as negociações e votações continuariam até o fim do impasse. Um presidente interino poderia ser nomeado caso a situação não fosse resolvida até o dia marcado para a posse.
Essa emenda só foi colocada em prática uma vez, em 1824. Naquela época, nenhum dos quatro candidatos que disputou as eleições conquistou a maioria absoluta dos delegados.
A disputa foi parar no Congresso, que decidiu pela vitória de John Quincy Adams.
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