Observadores de aves fotografam caravelas-portuguesas no litoral de SP; FOTOS
Imagens foram tiradas em Peruíbe (SP). Recomendação é manter distância, já que os animais podem produzir queimaduras de até terceiro grau em contato com com a pele. Caravela-portuguesa encontrada em praia de Peruíbe (SP) por biólogo
Fábio Barata
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Um grupo de observadores de aves encontrou diversas caravelas-portuguesas (Physalia physalis) em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Segundo o biólogo Fábio Barata, que conduzia o grupo pela cidade, a maioria dos animais estava morta. Ele fez uma imagem aproximada de um deles (veja acima).
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As caravelas-portuguesas são formadas por uma parte que flutua, uma espécie de bolsa gasosa, e tentáculos longos que ficam submersos e são os responsáveis por soltar toxinas e causar queimaduras.
De acordo com o biólogo marinho Eric Comin, ao entrar no mar é fundamental ficar atento à presença dos animais. Caso uma sejam avistados, a recomendação é se afastar imediatamente.
Barata avistou as caravelas entre a Praia do Guaraú e a Praia das Ruínas, de sexta-feira (22) a domingo (24). Ele guiava um grupo de observadores de aves de Sorocaba (SP) quando todos foram surpreendidos.
Ele disse ter visto de 20 a 25 caravelas em um só dia. O policial rodoviário aposentado Roberto Souza, de 58 anos, que acompanhava o biólogo na faixa de areia, fez imagens de uma ave vira-pedras (Arenaria interpres) bem perto de uma das caravelas (veja abaixo).
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Ele aprendeu que, como o próprio nome diz, a ave tem por hábito revirar as pedras à procura de alimentos.
“Lembro de ter perguntado ao Fábio Barata se ela [ave] comia a caravela e ele disse que sim. Especificamente aquela parte que fica embaixo, como se fossem os tentáculos da caravela, onde vivem vários microorganismos, segundo ele”, disse Roberto.
Barata explicou que alguns animais estavam mais secos, dos dias anteriores, e outros mais frescos. “Tinha um bicho parado em um ponto, aí andava mais 10 metros e tinha outro, andava mais cinco e tinha outro. Não tinha uma aglomeração em uma área só”, finalizou.
Caravela-portuguesa
Caravela-portuguesa já seca em Peruíbe (SP)
Fábio Barata
A caravela-portuguesa vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos. Ela possui tentáculos cheios de células urticantes e, apesar de parecer um único animal, é uma colônia composta por muitos animais inter-relacionados (pólipos).
Em caso de acidentes com as caravelas-portuguesas, a orientação é evitar jogar água no ferimento ou esfregá-lo.
Segundo o biólogo Alex Ribeiro, a caravela-portuguesa é um cnidário, parente das águas-vivas e das anêmonas-do-mar.
“A caravela é uma colônia de organismos, então, cada tentáculo dela tem uma função específica dentro da colônia. Ela é um pouco mais nociva do que a água-viva, pois os tentáculos têm efeito um pouco mais urticante no banhista quando é tocado”.
Caravela-portuguesa encontrada por observadora de aves em Peruíbe
Patricia da Silva Cacciatore
Ribeiro explicou que esses animais marinhos acabam migrando a favor dos ventos e correntezas. “Nessa época do ano é mais comum a presença desses animais nas praias e, por sua vez, também é comum o crescimento da presença de banhistas”.
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