Retratos da Região: População de Cajati, SP, pede mais investimentos em saúde



Atual prefeito pode chegar a 16 anos no governo municipal, se reeleito. Saúde é principal queixa de moradores de Cajati (SP)
Carlos Abelha/TV Tribuna
A cidade de Cajati, no interior de São Paulo, possui aquilo que muitas cidades do Vale do Ribeira desejam: uma indústria de grande porte que gera empregos. Em contrapartida, os moradores pedem investimento em saúde, que deve ser o foco da próxima gestão municipal.
Neste ano, há quatro candidatos concorrendo à prefeitura. Um deles é estreante em eleições, um vereador, um ex-prefeito e o atual prefeito, que pode completar 16 anos de governo. Não há nenhuma candidata mulher na cidade, que também nunca teve prefeita.
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Cajati é a terceira cidade mais populosa do Vale do Ribeira, com pouco mais de 28,5 mil habitantes. Os moradores reconhecem a importância da indústria que explora a jazida de fosfato, que gera empregos no município. No entanto, os moradores pedem ações em outros setores para melhorar a qualidade de vida.
“Precisa de mais policiamento, uma boa faculdade, oportunidades”, explicou a dona de casa Eliane de Alcântara, em entrevista ao repórter Rodrigo Nardelli, da TV Tribuna, afiliada da Globo, na série de reportagens Retratos da Região.
O agricultor Davi Francisco de Paula concorda que a cidade precisa de mais segurança. No entanto, a principal queixa dos moradores é na área de saúde.
Cajati (SP) é a terceira cidade mais populosa do Vale do Ribeira
Carlos Abelha/TV Tribuna
Saúde
De acordo com a manicure Vanessa Amaral dos Santos, o filho precisa ser avaliado por um neurologista, mas para isso, a família irá até Curitiba (Paraná). “Não tem. Psicólogo ele também precisa e não consigo, a gente está tendo que pagar”, disse a mulher. Segundo ela, o filho ainda precisa de medicamentos que são caros e precisam ser pagos pela família.
A dona de casa Aparecida Felizardo Domingues acredita que Cajati precisa melhorar o atendimento hospitalar e os postos de saúde nos bairros. Eliane concorda: “Médicos que queiram trabalhar realmente”.
“Você vai lá no hospital, chega lá e fica horas e horas, horas e horas, esperando ser atendido. Tem gente que chega lá, espera, espera, espera e acaba indo embora porque está demorando muito”, lamentou Aparecida.
A queixa é a mesma do agricultor Davi e da dona de casa Eva Olinda Caetano, que lembra ainda da demora para agendamento de exames. O marido dela, inclusive, está aguardando há mais de um ano.
Infraestrutura
Apesar dos vários relatos sobre a situação de saúde em Cajati, veio da própria Secretaria de Saúde municipal um projeto que está melhorando a vida de muitos moradores e pode servir de exemplo para outras cidades: a Academia da Saúde.
Para fazer a atividade física, o grupo ocupa um espaço público e é acompanhado por um profissional de Educação Física. No entanto, em dias de chuva, o projeto não funciona, pois o local não possui cobertura.
Segundo Vanessa, o espaço usado pelo grupo alaga em dias chuvosos. Por isso, ela sente falta de um ambiente coberto para as atividades. “Às vezes chove a semana toda e a gente fica a semana toda sem fazer”, lamentou a empregada doméstica Tereza Almeida de Assis.
Além de cobertura, o espaço precisa de um cuidado em relação à limpeza. “Tem dia que a gente vem treinar que a gente tem que ficar chutando os cacos de vidro para não machucar os pés”, disse Vanessa.
Apesar dos problemas enfrentados durante o projeto, ele já mudou a vida das mulheres. “Eu era uma pessoa bem fechada, não tinha comunicação com ninguém. Eu gostava de ficar sozinha, estava com uma depressão”, relembrou Tereza, dizendo que a partir das atividades, melhorou a rotina em todos sentidos.
A vendedora Inês Aparecida Claro Tyzskowski também viu mudança na saúde física e mental. “Tem mais animação para no dia a dia, mais alegria de falar com as pessoas”, afirmou.
Eleições
Desde a emancipação em 1991, Cajati nunca teve uma prefeita mulher. Neste ano, não há uma candidata do sexo feminino, pois quatro homens concorrem à prefeitura: Luiz Koga (PL), Marino de Lima (MDB), Professor Germano (PT) e Sidnei Bico (Republicanos).
Luiz é o atual prefeito e poderá completar 16 anos à frente da prefeitura. A primeira vez que ele venceu uma eleição foi em 2008. Em 2012, foi reeleito. Na eleição seguinte, ele não saiu como candidato, mas retornou em 2020, quando conquistou o terceiro mandato.
Em contrapartida, o Professor Germano está estreando em eleições municipais. Já Sidnei Bico é vereador desde 2012 e Marino de Lima foi prefeito de 2004 a 2008.
Na corrida pela Câmara Municipal, há 126 candidatos, sendo seis considerados inaptos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja detalhes clicando aqui.
Retratos da Região
Esse conteúdo faz parte da série de reportagens ‘Retratos da Região’. A TV Tribuna, afiliada da Globo, percorreu 4.100 quilômetros para ouvir moradores das nove cidades da Baixada Santista e 20 do Vale do Ribeira.
O apresentador Rodrigo Nardelli e o cinegrafista Carlos Abelha viajaram por um mês para mostrar as características e problemas de cada cidade e, então, descobrir o que os moradores desejam para o futuro, pensando nas Eleições 2024.
A série ‘Retratos da Região’ é exibida no Jornal da Tribuna 1ª Edição, que começa às 11h45. A nova série estreou no dia 2 de setembro.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos


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